Larga tudo, vem comigo, vive comigo e sejamos felizes para sempre. Assim. Sem mais. Atiras-me isso enquanto absorvo os últimos acordes do espectáculo. A minha cara responde instintivamente aos impulsos gerados pelo meu cérebro. Muito espanto, uma meia-dose de ironia e uma pitada de humor, é a receita. O resultado? A minha gargalhada desarma-te. À minha metáfora sobre o café, rendes-te.
O descafeinado vira-se para o café e diz-lhe que quer muito descobri-la. Encontrá-la. Absorvê-la. Senti-la. "E isto tudo, contigo meu caro café. Só contigo" À pergunta "Quem é ela?", o descafeinado diz simplesmente: a cafeína. E isto com uma sinceridade que doía só de ver a sua ingenuidade.
Entendes agora? Entendes o ridículo do que pedes. Algo que não podes ter. Que não queres ter. Aliás, esse é um pedido camuflado. O que queres mesmo, é aquilo que te digo agora: sejamos amigos. Na verdadeira acepção da palavra. Daltónicos. Sem cores.
E sim, digo-te eu. Sejamos. Porque isto que vivemos até agora, esta falsidade, já nada é. Nem sexo é, pois a minha impotência assim o obriga. E ainda bem, vinco eu. O sexo só tolhe a nossa capacidade de raciocínio (lógica, entenda-se) nestes momentos. Perdoa-me a rima fácil, mas sem sexo tudo tem (MUITO mais) nexo.