Samstag, April 25, 2009

Chegada I

Já tinha pousado a trouxa. A ida à casa de banho já tinha sido complementada com a vinda. Mas nem 5 minutos tinham passado da minha chegada a Varalhais e já alguém me batia à porta.
-Boa tarde Jornalista Paulão! O meu nome é Padre Cristovão e estou aqui para: interrogar-lhe e saber mais sobre si, avisar-lhe dos perigos da terra, persuadi-lo a visitar a minha igreja e, quem sabe, colaborar de forma activa connosco. Sem mais demora, entro-lhe pela casa adentro e espero na sala pelo café. Não faça planos. A minha vinda será demorada.
A sinceridade do Padre Cristovão desarmou-me completamente. E eu, fazendo aquela cara de sonso que tão bem sei fazer, fiquei sem palavras. E assim, por mais vontade que tivesse em arrumar as minhas coisas, lá estava na minha sala um padre. Uma fuga seria impossível, pois à porta estavam Sacristão Deolindo e Beato Ergolino. Dois homens corpulentos, corpos trabalhados pela labuta nas terras (pensei eu!) e caras queimadas pelo sol abrasador. Caras bem sisudas. E o padre? Uiii! A sua figura física era só uma das suas muitas surpresas.

Montag, April 13, 2009

Mal soube da missão...

pus-me a caminho. A intenção de saber mais e o caso social que esta freguesia mostrava, eram apelativos. Não fazia ideia do que me esperaria. Nem esperaria tal realidade perante os meus olhos. Desprovido de tudo o que um normal jornalista dos nossos dias tem, papel e caneta eram as minhas únicas ferramentas. Sem fotos (as pessoas e os locais deveriam ser vistos pelas palavras), as páginas foram-se acumulando. As personagens e as suas histórias eram tantas que, constantemente, colocava a questão se seria possível descrever tanta situação. Do périplo, saíram singelos textos. Estes que, por aqui, irão ser apensos. Com a periocidade possível.

Montag, Juni 30, 2008

Nós e a Sächsische Staatskapelle Dresden - II



Larga tudo, vem comigo, vive comigo e sejamos felizes para sempre. Assim. Sem mais. Atiras-me isso enquanto absorvo os últimos acordes do espectáculo. A minha cara responde instintivamente aos impulsos gerados pelo meu cérebro. Muito espanto, uma meia-dose de ironia e uma pitada de humor, é a receita. O resultado? A minha gargalhada desarma-te. À minha metáfora sobre o café, rendes-te.


O descafeinado vira-se para o café e diz-lhe que quer muito descobri-la. Encontrá-la. Absorvê-la. Senti-la. "E isto tudo, contigo meu caro café. Só contigo" À pergunta "Quem é ela?", o descafeinado diz simplesmente: a cafeína. E isto com uma sinceridade que doía só de ver a sua ingenuidade.

Entendes agora? Entendes o ridículo do que pedes. Algo que não podes ter. Que não queres ter. Aliás, esse é um pedido camuflado. O que queres mesmo, é aquilo que te digo agora: sejamos amigos. Na verdadeira acepção da palavra. Daltónicos. Sem cores.

E sim, digo-te eu. Sejamos. Porque isto que vivemos até agora, esta falsidade, já nada é. Nem sexo é, pois a minha impotência assim o obriga. E ainda bem, vinco eu. O sexo só tolhe a nossa capacidade de raciocínio (lógica, entenda-se) nestes momentos. Perdoa-me a rima fácil, mas sem sexo tudo tem (MUITO mais) nexo.

Donnerstag, Juni 12, 2008

Nós e a Sächsische Staatskapelle Dresden - I



O concerto foi a desculpa ideal para nos encontrarmos. Mais uma vez ...escondidos. Do teu marido, dos teus filhos, da tua vontade de desaparecer comigo, das tuas dúvidas, de tudo e mais alguma coisa. Mais uma vez chegas atrasada. Logo hoje, que queria chegar a horas (tal como faço sempre que vou sozinho). Logo hoje, que pela 375.ª vez chegas atrasada a um encontro nosso. Indigno-me em silêncio. Mais uma vez.
Em virtude do teu atraso, já não podemos assistir (ao vivo) à 1.ª parte. Assistimos num televisor, numa salinha ao lado. Ao lado da excelência dos 80 músicos que tocam na sala principal. Ao lado da acção e da verdadeira acústica. Ao lado. É assim que me sinto. E dou por mim a pensar na nossa relação. Será sempre assim? Lateral? Sempre a passar ao lado da acção principal?
Menos mal, dizes-me tu. Há dois homens ao nosso lado, que também chegaram atrasados. Não quero saber, respondo-te. Além disso, dá toda a ideia de eles formarem um casalinho. Um com um aspecto mais jovem e descontraído. O outro, mais hirto e rígido na sua maneira de vestir. A sua cumplicidade prova que a minha teoria está certa. Importa-te isso? Perguntas-me admirada. Não. Nada. No entanto, quando os outros são felizes na sua relação procuro descortinar as razões. Quero descobri-las também.
Irrito-me. Irrita-me essa tua displicência com as horas. Irrita-me que uma orquestra fundada em 1548 não tenha conseguido fazer-te chegar mais cedo. Irrita-me que não consiga ver a belíssima violinista que a orquestra acompanha. Irrita-me a felicidade do casal homossexual. Irrita-me que tenhamos recebido um certificado pelo facto de termos chegado atrasados. Há quase 6 meses que ninguém chegava atrasado à "Semperoper". E tu? Contente da vida. Vês? Até ganhamos um certificado. O intervalo chega. Ainda bem. Já não suporto a tua felicidade falsa. Contentas-te com muito pouco.

Freitag, Mai 16, 2008

Nothing beats a huge stick

Esta é uma das muitas mensagens de spam que o Gmail filtrou. Honra seja feita a ele. Distinguir esta mensagem da mui adorável "I still remember the strenght of your stick last night" que a Jenny (uma estudante de Erasmus, que mora por baixo de mim. Literalmente) me mandou, é de aplaudir. Graças a este acto (de pena?) posso continuar a escrever à Jenny. Adiante.

- O meu problema é: escrever sobre quê?
- Olha! Escreve sobre nós. Sobre mim.
- Hmmm. Interessante como passas do "nós" para "mim" com uma grande facilidade. E escrevo o quê? Que estamos casados há dois meses e já transportas um feto com três meses? Que estava muito bem sozinho até que apareceste na "minha" vida. Bom!!! Na verdade, um pronome possessivo indica posse e neste momento eu não a possuo. Caramba! Hei-de falar com um linguista que conheço para inventar os pronomes disponibilizantes. Aqueles que indicam que algo nosso, está à inteira mercê de alguém.
- (longo silêncio) Escreve sobre as minhas qualidades. Sobre aquilo que eu trouxe de bom à tua (agora nossa) vida. Sobre o prazer que é partilhares o teu dia comigo.
- Tens razão.
- Tenho?
- Sim. Ficção sempre foi o meu forte. Além disso, a ficção pode ter lógica e coerência. Pode ter justiça. Pode ter tudo o que eu quiser. Ficção que se mistura com a realidade (ou será o contrário?) É isso! A partir de agora escrevo só ficção. Dessa forma, tudo é ficção. Até mesmo quando escrevo a realidade, ficciono-a. Sendo assim, tudo não passa de uma bonita ficção.

Nem mais minha cara. Nem mais!

Montag, Januar 07, 2008

Hibernar

do Lat. hibernare

v. int.,
  • estar ou cair em hibernação;
  • passar o Inverno num estado de entorpecimento.
Preciso de. Acordarei depois.


Banda Sonora: ST - I Met a Girl With Butterfly Wings



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Donnerstag, November 15, 2007

Praha


Praga é uma cidade que não faz, claramente, o meu género. Não poderei falar em desilusão completa mas em meia-desilusão. De facto, o centro histórico e tudo o que o rodeia tem edifícios lindíssimos. Sem dúvida. E em termos de oferta cultural, também não falta nada. No entanto, a cidade padece de vários males (a meu ver, claro está). A cidade é poluída até dizermos "Chega!!". Há sempre um pó no ar. A sua origem é-me totalmente desconhecida, mas que ele está lá...está. Bem que passam camiões a espalhar água pelas ruas (coisa que no início eu não percebia), mas o seu efeito é diminuto. Depois, se exceptuarmos as do centro histórico (porque será?), as ruas são sujas e desajeitadas. Há muito lixo na rua. E quase tudo o que está à volta do lindíssimo e cuidado centro histórico é assim. E isso cheira-me a cinismo, coisa que eu detesto.
Depois existem os turistas. São milhares e milhares e milhares. Todo o dia a toda a hora. São literalmente despejados na cidade (o típico turista aqui, é aquele que vem em excursão naqueles pacotes "chapa 5" da Europa Central) e deixados à guarda de um guia. Por todo o lado...turistas. Não há qualquer hipótese de fugir deles. E depois, porque o centro histórico não é tão grande assim (longe disso!), concentram-se todos no mesmo sítio. Muitos turistas implica também muita oferta. Agora imaginem que vão a passear numa rua e de 30 em 30 metros, encontra-se um Mormon a tentar convencer-vos a mudar de religião. Em Praga acontece isso, só que os Mormon's são: restaurantes, bares, passeios de barco ou gaivota, espectáculos, vendedores de bugigangas, pedintes, retratistas, malabaristas, museus, visitas guiadas, passeios de carros antigos, passeios de cavalo, passeios de bicicleta, etc. Bem. Sem comentários.
Depois há um outro defeito, que é uma mania minha. Eu não gosto de cidades que não têm personalidade própria. E Praga não tem. É uma cidade que só vive do turismo. Em que se encontram diferenças gritantes entre o edifício que é turístico e o edifício que "só" serve para as pessoas fazerem o seu passaporte. Uma cidade em que os espectáculos nos vários teatros, são pensados em função do turista ("Não perca!Ópera em inglês!Só hoje!Amanhã já não há!") em vez de em função de quem vive lá. E poderia continuar, mas não quero maçar. Resumidamente: é uma cidade que quer mostrar aquilo que não é.
Último factor. Os Checos são antipáticos e arrogantes ao máximo. Já tinha tido esperiências aqui na Alemanha (e em Portugal também) em relação a este assunto, mas não generalizo as coisas sem ter uma base concreta. E em Praga encontrei esta base. Há excepções, é claro, mas são mesmo excepções. A regra geral é antipatia e "vai-te lá embora para o teu país, que eu estava aqui muito bem sem ti".
No entanto, não fiquem com a sensação de que Praga não vale uma visita. Vale sim senhor, é uma cidade bonita e certamente irão gostar. Mas não faz o meu género.
Para quem quiser ver mais fotos, pode ir aqui.

PS: Ainda estou para perceber o porquê de tanto alarido em relação à ponte Carlos ou ao relógio da antiga câmara (este que se vê na foto. Não falo da sua beleza, mas sim do facto de as pessoas se acotovelarem para ouvi-lo tocar de hora a hora. "Já acabou? Era só isto?"- pensei eu).

Banda sonora: The Pogues - Dirty Old Town



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Publicidade


A semana passada, em plena aula de Softwaretechnologie, entram dois alunos pelo anfiteatro dentro e começam a distribuir panfletos. Traziam também calendários consigo. Tratava-se de uma acção publicitária de um calendário que todos os anos é elaborado por uma comissão de alunos. Este calendário tem a particularidade de integrar os seguintes elementos: fotografia, meses do ano, alunos, alunas e nudez. Existem duas versões: uma masculina e outra feminina.
Nesta acção publicitária eles também decidiram inovar. Invadirem os auditórios onde decorriam as aulas foi a primeira inovação. A segunda, foi aparecerem em trajes menores. É preciso que se diga que a rapariga tem claramente uma noção de "estética da roupa interior" um pouco superior à do rapaz. Além disso, aproveitavam para falar um pouco sobre o calendário e ofereciam um exemplar a cada professor. Foi interessante e acima de tudo, foi interessante ver a reacção do professor. O meu, simplesmente interrompeu a sua apresentação e disse para nos mantermos sossegados (que a aula ainda não tinha acabado) nos lugares, pois parecia que algo interessante estava para acontecer.
Estes dois alunos fizeram esta campanha em várias salas do campus e todos os professores reagiram com sentido de humor. Há um até que se "regozija com a visão" e convida a menina a deslocar-se até ele.
Para quem quiser ver o calendário, pode ir aqui e depois no lado esquerdo da página, escolher "Der Kalender". Para quem quiser ver mais fotos como esta, pode ir aqui.

Banda sonora: U2 - Party Girl (Live)


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Mittwoch, Oktober 31, 2007

O ângulo morto...


é um conceito de fácil compreensão. Mesmo em termos teóricos, facilmente se percebe que existirá um ângulo no qual a visão humana (mas também é válido para equipamento electrónico,) não conseguirá ver o que deveria ser visível. Em termos práticos, qualquer condutor já presenciou os efeitos práticos deste conceito.
A andar de bicicleta, este efeito aparece muitas vezes. A diferença aqui, é que nós não nos temos que preocupar com os nossos ângulos (espelhos não existem e uma cabeça a rodar para trás, abarca um magnífico campo de visão) mas sim com os ângulos dos outros. Carros a virarem à direita (e por isso, terem que transpor uma pista de bicicleta) é uma situação normal. E ontem foi um dia normal. E um condutor achou que seria uma boa altura para rever a matéria dada em Física (há já largos anos, certamente) e mostrar a si mesmo, por que sempre teve dificuldade em conjugar a teoria com a prática. O pormenor de a estrada ser uma acentuada descida e o cruzamento ser no final da mesma, vinha tornar o problema mais complicado. Eram mais variáveis em jogo. Um semáforo amarelo (intermitente) para quem vira à direita, com dois símbolos a lembrarem fugazmente uma figura humana e uma bicicleta, e um semáforo verde para os peões e bicicletas, no cruzamento, eram mais duas constantes em jogo.
E lá foi ele para o cruzamento. E lá vinha eu para o cruzamento. E comecei a perceber que ele não estava a reparar em mim.E ele começou a virar. E eu comecei a travar.E ele continou a virar. E eu continuei a travar, mas a física facilmente pôs em prática o exercício: corpo em deslocação numa rampo de declive acentuado. E o resto é facilmente adivinhável. Lá tive eu um encontro imediato com a porta do passageiro da frente, de um Mitsubishi Space. O modelo tem relevância aqui. Fosse um carro com uma carroçaria normal (uma frente de tamanho normal) e eu teria sido projectado. Neste caso, fui "só" projectado contra a porta e o pilar A.
Depois há o choque (não o físico). Está-se no chão e tenta-se perceber o que se passou (Estava vermelho?) E há o instinto de fugir. Sim, eu sabia que estava deitado no meio de uma estrada movimentada. Então, levantei-me muito depressa (tentei que fosse depressa) e coloquei-me na berma. Ah! E veio ter uma rapariga comigo, muito preocupada com o meu estado. A mesma que uns segundos antes tinha soltado um "Oh mein Gott!" ao ver o acidente.
Conclusão? Algumas mazelas no corpo, algumas na bicicleta e nenhuma no carro. Podia ter sido pior. Podia, podia.


Banda Sonora: "Ei!"Pum!Bam! "%$$&##$!!!!!"

Donnerstag, Oktober 25, 2007

Considerações universitárias (alemãs) I


O horário dos diferentes cursos, de todas as faculdades (são 14 no total) está organizado exactamente da mesma forma. Existem as chamadas Doppelstunde (hora dupla, em português ).Cada uma corresponde a 90 minutos e vão-se sucedendo ao longo do dia, sempre com intervalos de 20 minutos entre cada uma (não existe hora de almoço). A 1.DS é das 7:30 às 9:00 da manhã. A 2.DS das 9:20 às 11:50. E assim sucessivamente ao longo do dia. Até à 9.DS! Os 20 minutos servem para os alunos se movimentarem pelo campus, de preferência de bicicleta, tendo como destino o próximo edifício aonde terão aulas.
As aulas teóricas começam sempre com o mesmo "ritual". O vídeo-projector a mostrar a matéria que irá ser leccionada nos próximos 90 minutos, o professor de microfone sem fios preso ao pescoço (no maior anfiteatro chegam a sentar-se quase 900 alunos) e.... o seu olhar intercalado entre a assistência e o relógio da sala. Assim que o ponteiro dos minutos alcança o minuto desejado, a aula começa. Esse pormenor impressiona nos primeiros dias. Depois, descobre-se um novo significado para a palavra produtividade. De facto, no geral, cada cadeira tem uma aula teórica. Parece pouco. É pouco. Mas é imenso! Em 90 minutos consecutivos, o volume de matéria dado a conhecer ao aluno é impressionante.
A interactividade é muito circunstancial e reduzida . Não existem pausas e nada perturba o professor. De facto, os alemães falam imenso durante as aulas. Estão sempre, sempre a falar. E riem-se. E estão com os portáteis abertos a conversar no MSN. E dormem. Mas o que é curioso, é que eles fazem isso a 3 metros do professor. E o professor? Continua no seu discurso. Existem no entanto algumas excepções. Os professores mais jovens costumam perguntar algo aos faladores. Algo do estilo "Têm dúvidas?". Mas nunca mandar calar o aluno. Reina aqui a tal liberdade universitária apregoada e instituída por Humboldt (que já vem sendo praticado há largas décadas). E isso verifica-se em muita coisa. A começar pela responsabilidade que é passada para os alunos. E a acabar na liberdade de escolha que é fornecida. Por exemplo, na parte avançada do curso (os últimos semestres) os exames são marcados entre cada aluno e o professor de cada cadeira. E este esquema de não existirem obrigações, mas sim deveres e direitos funciona. Funciona na perfeição. Acaba por ser, segundo a minha opinião, o reflexo do resto da sociedade alemã. Como o homem que confortavelmente lê o jornal, numa manhã soalheira de Agosto, ao pé de uma lago, no meio (literalmente) de uma metrópole com 3,4 milhões de habitantes: Berlim.


Banda sonora: Hooverphonic - Eden


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Mittwoch, Oktober 10, 2007

1....

2...3...experiência. Imagem. I-m-a-g-e-m-m-m-m-m-m-m. 1, 2, 3..experiência. Imaaaaaaaageeeeemmmmm. Okay!

Banda sonora: Then Jerico - Big Area

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Dienstag, Juni 26, 2007

Die erste


Banda sonora (do filme Once Upon a Time in America): Ennio Morricone - Deborah's Theme

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Freitag, Juni 01, 2007

O camionista


A história vi-a eu há 3 semanas na televisão (contada pelo próprio e complementada com uma reportagem) e é bastante simples. Dr. Markus Studer, um suíço hoje com 55 anos, foi até aos 52 anos de idade um reputado cardiocirurgião. Fundador e proprietário de uma clínica privada na Suíça (que realiza por ano uma média de 10.000 cirurgias, todas elas relacionadas com o coração), era bastante feliz e recompensado na sua profissão. Adorava operar, adorava melhorar (ou mesmo salvar) a vida dos seus pacientes e adorava o contacto com os pacientes. Mas aos 52 anos de idade, decidiu concretizar um outro sonho que tinha desde criança: ser camionista. E porque achava que já tinha atingido o topo da sua carreira médica (na medida em que já tinha alcançado e suplantado os objectivos a que se tinha proposto), abdicou desta para se dedicar à de camionista. Depois de devidamente habilitado em termos de carta de condução e adquiridas as licenças para a sua nova empresa, investiu na compra de um camião com atrelado (daqueles muito reluzentes, em inox, para o transporte de substâncias líquidas) e começou a sua carreira. O único luxo a que se obrigou, foi o de passar os fins-de-semana em casa. Durante os dias úteis, lá anda ele pela Suíça, Alemanha, França, Itália ou por onde os seus clientes o pedem para ir. No seu camião, leva sempre a sua bicicleta. Para conhecer os lugares por onde vai passando. Diz-se feliz, diz que esta profissão é o máximo e diz que não sente falta da anterior profissão. A única coisa que lamenta, é a falta de contacto com os doentes. Como ele disse, aquele sorriso que recebia após visitar os doentes que tinha operado. Fora isso, a carreira de cirurgião está riscada da sua vida para sempre. Faz visitas habituais à sua antiga clínica para reviver os amigos. Estes, que disseram que a sua decisão apanhou todos um bocado de surpresa e que foram tempos difícieis para a clínica.
Ele pretende continuar a ser camionista por alguns anos. Até decidir (mais uma vez) que já atingiu aquilo a que se tinha proposto. A terminar a entrevista, ele afirmou que a sociedade sobre e subvaloriza demasiado determinadas profissões. Na sua opinião, a de cirurgião é sobrevalorizada e a de camionista é subvalorizada. O que para muitos foi visto como um passo atrás na sua vida profissional, para ele foi um passo normal, reflectido e sonhado. Ganz einfach! Agora pergunto eu: será ?


Banda sonora: Humanos - Muda de Vida

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Mittwoch, Mai 30, 2007

Unknown

E se acordássemos num armazém (completamente selado, no meio do nada) juntamente com 4 pessoas e todos padecêssemos de amnésia? Nem o nosso nome sabíamos! E se descobríssemos que entre as 5 pessoas, três eram raptores e duas eram as suas vítimas? Quem é quem? Em quem podemos confiar para sair dali?
É com base nesta premissa que este filme começa a desenvolver-se. Ao longo do filme, as personagens vão tendo "flashes" que lhes permitem recuperar a memória parcialmente e ir juntando as peças da história: "Afinal, o que é que se passou aqui?". Pelo meio, sabe-se que alguém de fora voltará ao armazém para matar as vítimas e para repartir o dinheiro do resgate com os colegas.
E se aproveitarmos esta amnésia para começar uma vida nova? E se os maus afinal são genuinamente bons?
O filme começa e acaba por ser muito bom. A história vai-se construindo por si só e as dúvidas vão-nos assolando o cérebro à medida que os "flashes" das personagens vão acontecendo. A densidade psicológica dada às personagens é muito bem conseguida e os actores fazem o resto. Perto do final existe um twist e mesmo no final...um pequeno twist. Dou-lhe 17 em 20.

Montag, Mai 21, 2007

Mito irrefutável e comprovado


Há mitos que devem ser derrubados e refutados. Há outros, que devem ser confirmados. Este pertence a esta última categoria. Realmente, esta coisa estranha que é a nossa higiene é muito relativa. O que para nós é normal e obrigatório, para outros será um luxo.
Agora que começa para mim a época "tome dois banhos diários", eles continuam na sua alegre campanha do "só de vez em quando". Confesso a minha irritabilidade em relação a este assunto (e daí esta simples "missiva"). Mas, há coisas que são inadmissíveis. Suar todos nós suamos. Mas não lembra a ninguém (a não ser a eles, povos da Europa Central) que o acto de suar, para além de deixar cheiro no corpo, não desaparece por magia. Além disso, a roupa suada deve ir para lavar e não: ficar na cadeira pronta para usar no dia seguinte.
Uma coisa é certa. O odor não é segmentado. Abrange os dois sexos, todas as faixas etárias e as mais variadas ocupações. Já nem peço o impensável "cheirar bem", mas pelo menos o "cheiro neutro". Já seria um grande avanço para o meu olfacto. Eu sofro!!!

Banda sonora: Rita Ribeiro - Banho Cheiroso

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Dienstag, Mai 08, 2007

Diálogos - Parte II

Ele: Dás-ma?
Ela: Sim. Dou. Sabes que sim.
Ele: Pois. Eu sei.
Ela: Sei que a aprecias muito. Que lhe dás valor. Por isso (também mas não só) não tenho problemas que a uses. Sabes? Ela já foi tão maltratada. Cheguei a dá-la a quem mais tarde revelou não ser merecedor dela. E aqui usei o singular unicamente por razões estilísticas. (pausa para expirar dos seus pulmões o fumo do cigarro) Cheguei a um ponto que não queria mais dá-la. A ninguém. Vê lá tu!
Ele: Eu compreendo. Mas sabe bem dá-la e pedirem mais. Não?
Ela: Sabe. Além disso, contigo ela não sai desgastada e/ou melindrada. Dizes o que tens a dizer. Fazes o que tens a fazer. E ficas. No teu silêncio. (pausa para beber o resto da café)... No nosso.
Ele: Tento fazer. Mas há dias em que preciso mais dela. Hoje é um desses. Pena estarmos assim....longe. O contacto físico traz outra componente. Alarga o âmbito dela. Possibilita o abraço e o beijo à pessoa. Possibilita o extravasar dos sentimentos acumulados (pela ausência dela?). Dás-ma?
Ela: Aqui tens. A minha amizade. És um tolo...

Banda sonora: Happy Mondays - Kinky Afro


Kinky Afro.mp3

Mittwoch, April 18, 2007

O David


O David nasceu ontem, pelas 11 horas da noite. Ou seja, no dia 17 de Abril, uma data importante para os estudantes. Vai ser craque...

Banda sonora: Sérgio Godinho - Abertura (da série "Os amigos do Gaspar")

Abertura.mp3

Dienstag, April 10, 2007

O Müller


Há 3 semanas atrás, o Müller do 5.OG links disse-me:"Quando falo contigo, sei que serás sincero e não vais estar a escolher as palavras. E sinto que gostas de mim incondicionalmente. Independentemente dos meus defeitos e fraquezas". Claro que ele falou isto em alemão e só depois de consultar a minha "ajuda amarela", pude aquilatar com precisão todo o valor semântico dos adjectivos e substantivos. O meu primeiro impulso (e acção) foi fazer-lhe ver que a minha orientação sexual continua a estar regulada pelas leis da natureza. Após um bocado a rirmos e eu a disfarçar o "incómodo" do elogio, disse-lhe que, apesar de poder concordar com ele, as pessoas em geral já não esperam sinceridade e verdade dos outros. Ninguém (a não ser um bando de utópicos, no qual eu me incluo juntamente com muitos amigos) espera ouvir a verdade dos amigos ou dos conhecidos. Não! Querem ouvir precisamente aquilo que estão à espera. Quando alguém lhes diz a verdade, as pessoas reagem mal. Dizem que as pessoas são brutas e/ou muito frontais. Que desiludem, porque foram sinceras e verdadeiras. Que não era isso que estavam à espera. Que....
Sabes que mais Müller? Deve ser por isso que estás "sozinho" e que tens todas estas histórias que me contaste nos últimos meses. Deve ser por isso que nos comunicamos tão facilmente. Deve ser por isso e por tantas outras coisas... que não vale a pena falar nisso. Além disso, tu nem percebes Português. "Noch ein Bier Müller? Kleines oder großes? Prost!"

Banda sonora: Coro da Universidade de Vilnius - Lietuva

Vilnius.mp3

Donnerstag, März 15, 2007

Bestanden

É uma palavra que tem um valor simbólico. No entanto, quando se pensava (com 99,99% de certeza) vê-la acompanhada, à esquerda, pela palavra "nicht"...está tudo dito.

Banda Sonora: The Calling - Our Lives

The Calling - Our ...

Mittwoch, März 07, 2007

Jornalismo televisivo

Estando longe de Portugal, não deixo de seguir com alguma atenção a actualidade noticiosa do país. A internet permite-o. Sempre achei que os telejornais em Portugal são exageradamente longos e fastidiosos. Os directos são na maior parte das vezes inúteis e inconsequentes em matéria noticiosa. Se a eles juntarmos as perguntas sem sentido, está tudo dito.
Ontem o F.C. Porto jogou com o Chelsea. Transmissão da RTP e, no final, as normais entrevistas. Pergunta colocada a Pepe, jogador do FCP: "Pepe. Como foi marcar jogadores tão cotados como Drogba e Schewtschenko? Já os tinha marcado nas Antas e agora aqui.Foi difícil?" Bom. Aqui está uma pergunta que não lembra a ninguém a não ser a um jornalista profissional da televisão pública. Só faltava perguntar o que ele tinha achado de Londres e das lojas. O problema é que isto acontece em todas as áreas e não só na desportiva. Outro exemplo foi o eclipse lunar, esse extraordinário evento que a humanidade ainda não conseguiu perceber como (e porque) ocorre. 1.º a notícia, onde o apresentador fala de tudo o que interessa saber(despachava-se aquilo em 20 segundos). Mas não. É melhor transmitir uma pequena peça, para melhor ilustrar o fenómeno. No final, vem o melhor. Um directo para o observatório de Lisboa. Pela 3.ª vez dão a notícia e depois vem a entrevista da praxe, com as perguntas super-inteligentes. "O que vai acontecer?" "O que vamos ver?" "Eclipse, porquê?" "O que precisamos para vê-lo?" "Estará bom tempo?" Enfim. Os telejornais portugueses são um completo atentado de estupidez aos portugueses. E leva-se 50-65 minutos nisto. Todos os dias do ano. Haja paciência.
Se o Euronews, que é um canal de notícias europeu, consegue em 30 minutos dar as notícias gerais, as económicas, as do desporto, prever o tempo para toda a Europa, dar a agenda cultural e ainda ilustrar um "no comment", que raio de país é Portugal para precisar de uma hora?

Banda sonora: Silêncio.

Sonntag, März 04, 2007

O dia perfeito

Tinha tudo começado a meio de uma tarde igual a tantas outras. Numa conversa de café, três velhos amigos conversavam e falavam sobre o que tinha sido a vida naqueles últimos meses. Não era conversa circunstancial. Afinal, há já muitos meses que não estavam juntos. Ao longo da tarde, outros amigos foram aparecendo. Poucos por coincidência, quase todos por "chamamento". À hora do jantar gerou-se uma decisão consensual: a mesa de conversações teria continuação ao jantar.
Com 4 sentidos bem apurados pela conversa da tarde, o 5.º teria a sua desforra agora. A roda dos alimentos tinha duas partes iguais: comida e bebida. Se a isto juntarmos o ciclo celestial de comida-->conversa-->bebida-->convívio-->bebida, a noite revelou-se um extraordinário porto de recordações, reencontros e sentimentos. E já que a noite estava ganha, porque não prolongá-la pela madrugada que chegaria em breve? E assim foi, em casa de alguém, com quase todos presentes, com todas as conversas, com todas as gargalhadas e com muitas horas no relógio. No final, ficou a sensação de que a contagem diária que nos aproxima da nossa morte ficou "parada" por algumas horas. O som do despertador e o seu imediato desligar, indicavam que tudo tinha sido um sonho. Era hora de levantar e iniciar o dia.
O dia ainda não tinha começado e já estava ganho à partida.
Menos mal.

Banda sonora: Everything But The Girl - Old Friends

Old Friends

Sonntag, Januar 07, 2007

Visto daqui...


... o vosso planeta até é bonito.

Banda sonora: Porcupine Tree - Collapse the Light Into Earth (aqui)

Sonntag, Dezember 31, 2006

Warszawa II





















Chego às 6:05 a Varsóvia e o sol ainda vem longe. De noite, a cidade parece-me algo que a luz do dia irá mostrar-me que não é. Mais uma vez a regra aplica-se. Cidades que viveram sob a "influência" comunista durante uns tempos, transportam isso para os dias de hoje. A diferença aqui chama-se dinheiro. Enquanto que em Berlim já muito foi gasto (e continua a ser), enquanto que em Dresden já muito foi recuperado, em Varsóvia as coisas são mais lentas.
Edifícios antigos (e sem nada de especial, diga-se de passagem. Basicamente são construções imponentes, com colunas, estátuas e alguns torneados) convivem com edifícios modernos. Tudo isto sem harmonia e rigor. É uma cidade sem identidade. Os transportes públicos são horrorosos (tudo antigo, como podem ver nas fotos do link), as ruas estão quase todas esburacadas, os passeios estão descuidados e a maior parte dos edifícios habitacionais carecem de manutenção. Por toda a cidade constroem edifícios novos, como se tivessem que ganhar uma qualquer corrida "Quem constrói mais em menos tempo".
Claro que a cidade não tem uma história fácil e isso explica quase tudo (a meu ver). Ocupação alemã, guerra, "ocupação" soviética e desocupação. E isso sente-se bem ao falar com as pessoas. E por isso a cidade não tem identidade, pois quase tudo o que está lá foi influenciado pelos ocupantes.
O exemplo máximo disso é esta foto. Construído pelos russos, pretendia demonstrar todo a força e imponência do império. Ainda hoje é dos edifícios mais altos da cidade. É horroroso, está no meio de um enorme quadrado de ruas e zonas verdes, é gigantesco e ninguém gosta dele. Porque faz-lhes lembrar a ocupação russa. Pelos cidadãos de Varsóvia, implodia-se o edifício. E (por incrível que pareça), trata-se do centro de congressos da cidade. Onde existem convenções, espectáculos ou feiras. Isto tudo nos pisos térreos. Os superiores (e que de cultural nada têm), alojam repartições e escritórios. Enfim.
Existe uma parte histórica. Muito bonita, bem conservada e com identidade. Só que.... é mais pequena que a parte histórica de Guimarães. E isso numa cidade com quase 2,7 milhões de habitantes, dá que pensar. E sabe a pouco. Fora isso, apesar de tudo, sente-se um ambiente cosmopolita nas ruas. Sente-se que é uma cidade grande. E as mulheres são muito, muito, muito bonitas. Têm "aquele" toque feminino que não se encontra nas alemãs. E isso faz toda a diferença.
Esta é somente a minha opinião, mas, para mim, uma cidade tem que ter identidade. E eu andei pelos mercados, pelas ruelas, pelos sítios mais recônditos, pelas avenidas, pelas ruas chiques, pelos sítios turísticos e...nada. Só encontrei mulheres com identidade. Por elas, vale a pena ir lá. Só por elas.

Mais fotos aqui. E fiz um tremendo esforço para tirar estas.


Banda sonora: Deepest Blue - Say Goodbye (aqui)

Samstag, Dezember 30, 2006

São...


... 2508 pequenas arcas com fantasia, histórias, sentimentos, aventuras e tudo o mais que quisermos.

Banda sonora: Gift - Music (aqui)

Freitag, Dezember 29, 2006

Eu...

...sou chique. Ontem fiquei a saber isso por uma alemã. Qual silogismo, a conclusão é óbvia. Quem usa camisas é chique. Eu uso camisas. Eu sou chique. Ponto final. Parágrafo. Dois dedinhos dentro.

Banda sonora: Rosenstolz - Ich bin ich (wir sind wir) (aqui)

Mittwoch, Dezember 27, 2006

Era...

Zwinger - Dresden



...uma viagem de ida para o meu planeta, se faz favor.


Banda sonora: Genesis - Illegal Alien (aqui)

Montag, Dezember 25, 2006

Hoje é Natal...

... e depois?

Banda sonora : Dave Matthews & Tim Reynolds - Christmas Song (aqui)

Sonntag, Dezember 24, 2006

Warszawa I

Saio do comboio a correr pronto a subir um patamar na maior estação de comboios da Europa (Berlin Hauptbanhof). Pensava eu. Afinal, preciso de subir a correr 4 níveis da estação, para poder chegar ao comboio que está prestes a partir. Em cada um dos níveis, só vejo as setas da linha 11 a apontarem no sentido vertical. Chegado lá cima, vejo um enorme comboio azul parado. Parece-me às escuras. Entro na carruagem e pergunto por Warschau. Falam-me em russo. "Russo?" - pergunto-me eu. Fazem-me sinais com a mão e mandam-me para fora do comboio. Pensei que estivessem a dizer que o comboio já tinha partido (afinal, passavam 2 minutos da hora). Um outro russo começa a fazer os mesmos gestos com a mão (como que a mandar-me embora). Procuro por alguém que fale alemão. Afinal, estava em Berlim e com um bilhete alemão na mão. Vou ter com um homem da Deutsche Bahn. Diz que não sabe. Aquele comboio não é deles. Finalmente, num momento de rara intelegência, o russo (porque é que o russo soa sempre como se estivessem a brigar connosco?) diz ao alemão para me explicar as "regras". Eu vou para Varsóvia. Tenho que ir para as carruagens da frente (eu nem frente nem traseira do comboio via, de tantas carruagens que levava). Querem que corra e alcance-as. "Mas porque não me deixam entrar nestas? Posso passar de umas para as outras!" - pensava eu. O homem apita para o comboio partir. E eu a correr. Noutro momento de rara intelegência, um russo deixa-me entrar numa das carruagens deles. Começa o inquérito. Olham para o bilhete e falando em russo, empurram-me para a carruagem seguinte. Abro um porta pesadíssima de ferro para passar para outra carruagem. Senti-me num jogo do estilo "Doom". A luz é ambiente. . Num corredor estreito, vou passando pelos quartos da carruagem. Em cada um, o mesmo ambiente. Pessoas sentadas nas camas, a falarem russo, quase às escuras e a beberem. Outras no corredor. Um deles fica entalado comigo e com a minha mochila no corredor. Pergunto-me eu: "Quando é que sacam das Uzis e desatam a transaccionar aqui?" Sinto-me num filme de Tarantino. Próxima carruagem. Mesmo inquérito. Mesmo resultado. Mesma porta de ferro (e velha. Ui! "Era esta a qualidade do comunismo?" - pensava eu"). Após mais duas passagens pela excelência dos caminhos-de-ferro russos, abro uma normal porta de comboio: leve, de material sintético e com um vidro transparente. Na carruagem, "luxo": luzes fluorescentes que irradiavam uma extraordinária luminosidade na carruagem. Estava nas carruagens polacas e agora falam polaco comigo. "Menos mal. Soa mais familiar" - penso eu. Percebo que tenho de seguir. Finalmente, chego à minha carruagem e à minha cama.


Banda sonora: Owen Paul - My Favourite Waste of Time (aqui)

Mittwoch, Dezember 20, 2006

Volto já...I

Siegessäule - Berlim


Banda sonora - New Order - True Faith (aqui)

Mittwoch, Dezember 13, 2006

Cansaço...

...de ser sempre assim.


Banda sonora: Craig Armstrong (feat. Paul Buchanan) - Let's Got Out Tonight (aqui)

Dienstag, Dezember 12, 2006

A agremiação


1 mês depois de ter entrado neste organismo, lá estava eu pela primeira vez em cima de um palco. Foi o primeiro (espectáculo) de muitos. Era também o início de uma longa caminhada pelos caminhos da sabedoria, dos valores, da amizade, do companheirismo, do convívio e da música.
Permaneci lá 10 anos. 1/5 do número de anos que hoje o organismo comemorou. Escrever sobre tudo o que lá vivenciei e aprendi, seria querer reduzir um filme a um frame. No entanto, pode-se dizer que os meus melhores amigos (tirando 5 ou 6 excepções) cantam lá... ou já cantaram. Conheci pessoas fantásticas lá. Pessoas com quem aprendi imenso. Pessoas que quando se juntavam, tanto poderiam estar a falar de música, como de beleza estética, como de gastronomia, de Física, de Química, de Bioquímica, de Medicina ou de Informática. Lugar de pluradidade. De ideias, de sentimentos e de convivência. Também conheci pessoas "menos fantásticas". Essas, afastei-as sempre (houve uma excepção). Além do mais, sempre foram a minoria. Do resto, do que realmente importa, foi sempre mais e mais do mesmo. Convívio, amizade, música e amizade.
Hoje o que sou, devo também à agremiação. Foi lá que certos dos meus valores foram aperfeiçoados, certos defeitos foram disfarçados, outros foram aumentados. E raríssimo é o dia em que não me lembro dela. Porque lembro-me das pessoas que pude conhecer lá.
Mas o que é realmente especial, é sentir esta ligação a uma coisa inanimada. É sentir que existe uma ligação que trespassa os limites físicos do organismo. É encontrar os amigos que já lá não estão há muito tempo e reparar (como se porventura fosse obra do acaso) que a amizade criada lá longe, naquele organismo, se manteve e até cresceu para outros lugares. Como que, para dar uma autenticidade ainda maior ao que lá foi vivido ou para reforçar a genuidade de todo o convívio. Como que a dizer: "Hey. Aquilo que se passou foi autêntico. As pessoas que conheceste existem e, se fizeres por isso, estarão contigo para sempre"

Banda sonora: The Pogues - If I Should Fall From Grace With God (aqui)*

* Sempre que ouço esta música, aos primeiros acordes, lembro-me instantaneamente (sem necessidade de juntar água) do organismo e do convívo. E visualizo muita coisa. Muita.

Sonntag, Dezember 10, 2006

Próximo destino...

Varsóvia


Banda sonora: Hooverphonic - Sometimes (aqui)