Donnerstag, September 28, 2006

Saudades - Parte I


Esta série é obrigatória para qualquer pessoa que aprecie qualidade em televisão. Para além de possuir tudo o que uma série normal e de qualidade possui, tem uma narrativa vertiginosa e inquietante, tem a acção de cada episódio a desenrolar-se em 60 minutos reais (nas pausas comerciais o tempo continua a contar), os clichês não existem e o impossível acontece. Conta com excelentes actores, dos quais emerge Kiefer Sutherland (o agente Jack Bauer) como cabeça de cartaz.
Cada temporada
contém 24 episódios, o que perfaz um "normal" dia de trabalho na vida deste agente. Vi todas as 5 temporadas desta série. Tal como disse a um amigo meu: "Eu não estou a dizer que deverias ver esta série. Estou a dizer que tens que ver. És obrigado."
A temporada 6 começará nos EUA em Janeiro de 2007. Sempre às segundas. E quando ela começar, lá começarão as minhas noites de terça a ocuparem-se da vida de Jack Bauer. E começará a ânsia de chegar a semana seguinte, para saber como continuará a história. Até lá....tenho que esperar.

Mais informações: aqui

Mittwoch, September 27, 2006

Ana Carolina - Pra Rua Me Levar

Aqui


Não vou viver como alguém que só espera um novo amor
Há outras coisas no caminho onde eu vou
Às vezes ando só, trocando passos com a solidão
Momentos que são meus e que não abro mão

Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora

Vou deixar a rua me levar ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar e eu vou lembrar você...
Vou deixar a rua me levar ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar e eu vou lembrar você...

É, mas tenho ainda muita coisa pra arrumar
Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exato pra falar
Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir...

Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora

Vou deixar a rua me levar ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar e eu vou lembrar você...
Vou deixar a rua me levar ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar e eu vou lembrar você...

Sonntag, September 24, 2006

The Weather Man


Vi este filme há cerca de dois meses. Sou um admirador confesso do Nicolas Cage e foi com alguma expectativa que esperei por este filme. O enredo é simples. David Spritz é metereologista e tem a sua vida pessoal "virada do avesso". Para além de estar divorciado, farta-se de levar com objectos atirados pelos transeuntes (daí a imagem do cartaz do filme), o pai está doente, a filha é gozada na escola, etc, etc. Ou seja, a história é muito complexa em termos de relações interpessoais.
Deste filme, fica-me um diálogo na memória. Pai e filho falam sobre a vida deste. No diálogo, o pai acaba por dizer uma verdade simples e desconcertante. Porque muitas vezes não a admitimos? Ou porque muitas vezes não somos adultos?

Dave Spritz: We both just think it's better for the kids.
Robert Spritz: David, sacrifice is... to get anything of value, you have to sacrifice.
Dave Spritz: I know that dad, but I think that if we continue down this road, it's gonna be too detrimental for the kids. It's just too hard.
Robert Spritz: Do you know that the harder thing to do and the right thing to do are usually the same thing? Nothing that has meaning is easy. "Easy" doesn't enter into grown-up life.

Para mais informações sobre o filme, clique aqui

Samstag, September 23, 2006

Há um ano atrás


Neste dia, a esta hora mas há precisamente um ano atrás, eu chegava aqui. Para trás, tinha ficado muito mais do que as duas amigas que me levaram ao aeroporto. A agremiação, os amigos da agremiação, os que ainda não eram amigos da agremiação mas poderiam vir a ser, o grupo da agremiação, a formação nas empresas e na escola, a família, o convívio com os amigos, as conversas especiais com amigos especiais, a…o….e ainda… Basicamente, tinha ficado para trás a minha vida. Iria ter que recomeçar uma. Um país novo, uma nova língua (da qual eu não tinha conhecimento), uma cultura diferente, um futuro… incerto!
Como sempre disse (e continuo a dizer): a vida é…pessoas. Se naquele momento sentia que devia largar o presente para me agarrar a um futuro incerto, assim o fiz. Não me arrependo da decisão. Quando somos sinceros connosco e sabemos interpretar os nossos sentimentos, as decisões acabam por ser lógicas e simples. Só temos de seguir o coração, pensando com a cabeça.
Um ano depois, o que mudou? Já nada me é estranho. Conheço a língua o suficiente para lidar com as pessoas e tratar dos meus problemas, consegui a entrada na Universidade (passando três etapas na aprendizagem da língua), conheço bem a cidade onde me desloco e conheço pessoas. O futuro é…certo, se é que o futuro pode ser certo. Pelo menos, este futuro é muito mais certo do que o futuro de há um ano. E agora? Será que nesta nova etapa deixo para trás alguma coisa? Não! O que é importante, levo comigo: a minha personalidade, os meus valores, as minhas qualidades e os meus defeitos. Ah! Quase que me esquecia! Levo a música também. Minha eterna companheira.

A casa da Joana


Já todos nós ouvimos a expressão "Julgas que isto é a casa da Joana?". Ora, eu sempre tive curiosidade em saber como seria a casa desta Joana. Seria mesmo tudo à vontade? Estaríamos nós confortáveis? Poderíamos fazer o que nos apetecesse?
De há duas semanas para cá que estou a viver em casa da Joana. E realmente... confirma-se o "mito" (que por esta razão, deixa de sê-lo). A Joana deixou-me a sua casa à disposição. Esvaziou o frigorífico (para eu ter mais espaço para colocar as minhas coisas), "dorme" fora de casa para eu poder ter duas camas à escolha, não come cá (a mesa é muito pequena), quando aparece fica muito pouco tempo (para não me incomodar), é rapidíssima a arranjar-se (assim eu tenho mais tempo para a minha sofisticada e rebuscada higiene), paga a renda por mim, não me cobra os custos da electricidade e da água, deixou os utensílios da cozinha à minha guarida, etc, etc. Podia continuar a dar exemplos, pois estes são variados e extensos. O importante aqui, é que a Joana é "amiga". Não só fez isto tudo por mim, como ainda... se "preocupa" comigo! Anda afectada por eu poder não estar a gostar da casa dela, não me enfrenta directamente pois posso ficar assustado, anda triste porque eu não tenho um canto meu, quer saber o que faço para poder ajudar-me, não admite os seus problemas para não me preocupar, não me agradece os favores pois isso podia ser embaraçoso para mim, trata-me mal pois ando com a auto-confiança muito elevada e isso pode ser prejudicial para os meus relacionamentos, coloca-me pressão para sair daqui pois o mercado imobiliário é muito competitivo e preciso ser rápido a decidir e, finalmente, "transformou-se" como pessoa para eu poder ver que o Mundo não é só boas pessoas. Por isto tudo e por muito que ficou por dizer, só posso dizer: "Obrigado Joana. Nunca mais esquecerei estas semanas em tua casa."

Donnerstag, September 21, 2006

Serenidade


Esta fotografia é das que mais gosto, de todas as que tirei até hoje. Na altura chamou-me a atenção o facto da rapariga, apesar de estar prestes a entrar em palco para uma actuação de ballet, aparentar uma serenidade extrema. Após sentir-se envergonhada pelo facto de ter uma objectiva pronta a captar-lhe o olhar... deixou-se ficar. Eu esperei. Quando achei que o quadro estava composto... saiu esta foto. Extasia-me a simetria da foto! Como se por momentos, tivesse medido com régua e esquadro as medidas da rapariga. A cabeça equidistante dos cotovelos. O pescoço a sobressair, quase invisivelmente, por cima das repousantes mãos dela. Um pequeno pormenor do fato de ballet a sobressair por cima de cada um dos pulsos. Mas o que completa o quadro, é mesmo a serenidade dela. Achei isso na altura. Comprovei depois, ao ver a foto em casa. Colada na parede, esta foto transmitiu-me serenidade quando precisava de olhar algo...apaziguador. Agora a foto está guardada. À espera de uma nova parede. Até lá... não preciso de olhar para ela, pois estou sereno.

Mittwoch, September 20, 2006

(In)gratidão

O Manel e o Quim eram amigos de longa data. Desde a primária, todo o seu percurso académico e profissional tinha sido partilhado. Estudaram nos mesmos sítios e trabalhavam na mesma empresa. Ambos tinham carro, mas o Quim não gostava de levar o carro para o emprego. Como o Manel não se importava, iam juntos (no carro do Manel) todos os dias. Para isso, Manel tinha que fazer 30 Km em sentido contrário ao do emprego, para ir buscar o Quim. Este ritual já se passava há 5 anos. Como os imprevistos acontecem, num dia quente de final de Julho o motor do carro do Manel "partiu". Carro parado, reboque chamado e oficina escolhida, seria preciso arranjar uma solução para as viagens diárias em direcção ao emprego. Quim propôs levar o seu carro. No entanto, Quim não gostava de companhia nas suas viagens e disse que iria sempre sozinho. Manel não compreendeu. Achou que tinha percebido algo mal. Mas não! Efectivamente, Quim queria ir sozinho, no seu carro, todos os dias, para a empresa onde os dois trabalhavam. Manel estava incrédulo. "Então? Mas eu ando a transportar-te todos os dias nos últimos 5 anos, faço 120 km extra por causa disso e agora peço-te boleia por uma semana e tu não me fazes este favor? ". Quim logo retorquiu: "Que queres? Eu sou assim. Gosto de andar sozinho. Mas vou-te ajudar. Apanhas um táxi de tua casa para a estação dos comboios, apanhas o comboio S6 para o centro, sais na estação central e apanhas o autocarro 3. Sais na paragem que fica ao pé da Universidade e depois apanhas o metro em direcção a cidade nova. E pronto. Estás no emprego". Manel ainda tentou contra-argumentar...mas em vão. Quim achava-se o arauto da justiça e da verdade absoluta. Até este dia, Manel conhecia só esta palavra:
  • Gratidão - reconhecimento por um benefício que se recebeu; agradecimento; qualidade de quem é grato (in http://www.infopedia.pt)
A partir deste dia, ficou a conhecer também esta:
  • Ingratidão - qualidade de quem é ingrato; falta de gratidão (in http://www.priberam.pt).
Manel e Quim nunca mais foram juntos para o emprego ou para qualquer outro lado. Manel ia agora com outras pessoas. Umas vezes no carro dele. Outras, no carro delas. E o Quim? Andava de boleia em boleia, sempre com as mesmas desculpas e sempre com a mesma ingratidão, sem nunca perceber porque razão as pessoas chateavam-se com ele. Até o dia em que já não havia mais colegas a quem pedir boleia. E aí? Começou a levar o seu carro todos os dias. Sozinho. Sempre sozinho.

Montag, September 18, 2006

Diálogos - Parte I

Eu: Olá. Então? Tudo bem? Há quanto tempo!
A: Pois é. Deves ter muitas novidades, não é?
Eu: Pois tenho. Mas quero saber das tuas primeiro.
A: EU? Eu não tenho novidades para dar. A minha vida é uma miséria de uma pasmaceira.
Eu: Então? Já decidiste se mudas de emprego?
A: Ainda não. Mas vi ontem uma blusa espectacular que quero comprar.
Eu: Pois. E sobre aquele assunto que te atormentava? Resolveste?
A: Não. Mas ontem encontrei a vizinha do 3.º esquerdo e ela disse-me que havia hoje reunião de condomínio. Já viste a minha sorte? Logo hoje!
Eu: Que azar! E a vida pessoal? De vento em popa?
A: Talvez! Não sei. Mas podíamos combinar ir ao cinema um dia destes. Que achas? Gostava muito de ver aquele filme...o....
Eu: Olha. E já tiveste aquela conversa com os teus pais? Explicaste as coisas?
A: Não. Estive quase mas não consegui falar com eles. De qualquer forma, eles estão muito bem. Andam na Universidade Sénior e estão a adorar aquilo. Esses sim. Sabem tomar decisões e andar para a frente.
Eu: E tu? Não sabes tomar decisões?
A: Claro que sei. Agora quero um café pingado e uma fatia de bolo de chocolate. Vês?
Eu: Queres que eu seja teu amigo?
A: Mas tu já és! Não vais tomar nada?
Eu: Só se falares sobre ti.
A: Mas eu não faço outra coisa desde que chegaste aqui! E tu? Ainda não disseste nada.
Eu: Pronto! Seja! Eu vou falar sobre mim. A história é longa. Lembras-te daquela situação.......

Ouvido - Parte I



Mais listagens aqui

Samstag, September 16, 2006

Dave Matthews Band - Where Are You Going

Para ouvir? Aqui


Where are you going, with your long face pulling down?
Don't hide away, like an ocean
That you can't see but you can smell
And the sound of waves crash down

I am no superman.
I have no reasons for you
I am no hero, Aww that's for sure
But I do know one thing:
Is where you are is where I belong.
I do know, where you go, is where I wanna be.

Where are you going? Where do you go?
Are you lookin' for answers to questions under the stars?
Well if along the way you are growin weary, you can rest with me
Until a brighter day, you're ok.

I am no superman.
I have no answers for you.
I am no hero, aww that's for sure.
But I do know one thing:
Where you are is where I belong.
I do know, where you go, is where I wanna be

Where are you going? Where do you go?
Where do you go? Where are you goin? Where do you go?


I am no superman.
I have no answers for you
I am no hero, awww thats for sure.
But I do know one thing:
is where you are is where I belong
I do know, where you go, is where I wanna be.

Where are you goin'? Where do you go?

Tell me where are you going?
Where? Let's go.

Game Over = Start Over


Uma das coisas que preencheram a minha infância foram os jogos electrónicos. Ia jogá-los para casa de amigos. Na altura, não havia nada destes gráficos e sons que existem hoje. Jogava-se no ZX Spectrum 48K, os jogos eram carregados por cassete, não se podia "guardar" os jogos para continuar no dia seguinte, os gráficos eram pobres, os sons também... mas era uma emoção enorme jogá-los. Mas o que eu gostava mesmo era das vidas extras. Em cada jogo tínhamos um número limitado de vidas. Com astúcia, persistência e alguma sorte, podíamos arranjar mais alguma. E aí, o ego enchia-se. Basicamente... podíamos perder mais uma vez que estava tudo bem. Ora, a sensação de aparecer-nos a mensagem "Game Over" era horrível. «Logo agora que estava quase a passar de nível?», «Bolas. Tenho que começar tudo de novo». Estas eram duas das frases recorrentes nesta altura. Mas pronto. Sabíamos as regras e íamos acompanhando pelos gráficos o número de vidas que tínhamos. Logo.. o jogo era claro e limpo.
Agora imaginem o que é jogar um jogo no qual não têm vidas. Nem as normais, nem as extras. Têm simplesmente aquela com que começaram a jogar. Mas.. no início do jogo, esse "pormenor" é omitido. Vocês jogam, jogam e jogam. O jogo está a correr bem, os níveis mais fáceis ficaram para trás, os difíceis estão aí mas conseguem ultrapassá-los, o jogo aproxima-se do final, vocês estão empolgados, investem todas as vossas forças neste jogo e...? Vindo do nada, mesmo no meio do nível 564, aparece-vos a fatídica mensagem. «Não há problema. Ainda tenho mais vidas. Nem que seja só uma. Ainda não gastei nenhuma.» Isso pensam vocês. A verdade é que o jogo não vos dá mais nenhuma chance. Nem uma primeira! Apesar de vocês merecerem, apesar das regras serem desconhecidas para vocês, apesar de tudo o que investiram no jogo... E aí? Descemos do cavalo, espetamos a espada no solo, deixamos cair o chapéu de "príncipe dos bons" e partimos para outro jogo.
Eu já joguei um jogo assim. E a sensação é horrível. Acima de tudo, o facto do jogo ter acabado é o mal menor. O que fica é a enorme sensação de injustiça e o facto do jogo não ter sido limpo e claro desde o início. Além disso, a "ranhura para inserir moedas" fechou-se.
«Bom! Acho que ainda tenho aqui algumas moedas. Vou guardá-las para outro jogo. Para jogar quando voltar a apetecer-me. Agora estou cansado de jogar

Sonntag, September 10, 2006

zu vermieten


Nesta fase de vida, este «zu vermieten» significa para mim: FELICIDADE. Esta, não se esgotará com o acto em si (arrendar um imóvel). Começou com a hipótese, continuou com a procura, continuará com a instalação e prosseguirá com a vivência diária. Um espaço meu, onde poderei receber quem for amigo e aonde estará reservado o direito de admissão. Tal como propagandeava uma publicidade: «Aqui vou ser feliz.» Ao que eu respondo: «Já sou!»

Samstag, September 09, 2006

Amizades sortudas ou amizades conquistadas?


Os amigos são parte essencial da nossa vida. Quando um amigo nos ajuda e comentamos esse "facto" com alguém, muitos são aqueles que afirmam: "Tens sorte em teres amigos assim." Esta afirmação sempre me fez confusão. Será que é sorte mesmo? Será que não é mais que uma consequência natural do nosso "investimento" numa relação de amizade?
Este "investimento" é moroso e difícil. É muito mais fácil ter só conhecidos. Pessoas a quem dizemos um "Olá. Tudo bem?", seguindo-se a esta frase aquela sensação de silêncio incomodativo. Existem também os "amigos" dos copos. Estes são fáceis de arranjar também. Vamos com eles para festas, bebemos com eles, convivemos com eles, mas a relação nunca passa dessa etapa. Ou porque não queremos ou porque é mais cómodo para nós ou porque as pessoas não valem o investimento. Nestes casos, a sorte acaba por desempenhar o seu papel. Ou porque encontramos a pessoa A no sítio B, ou porque a bebida era fraca e permitiu uma noite mais prolongada de conversa ou porque era a noite da cerveja e estávamos preparados para a festa da água mineral.
Nos casos que verdadeiramente importa, as amizades são feitas ao longo do tempo. Passam por vários estágios, por tormentas, por festas, por confiança, por partilhas, por dúvidas, por certezas. E depois? Vem o mais fácil. Se a amizade for sincera e verdadeira por parte de ambas as partes, ela manter-se-á por si mesma... sem artificialismos.


Sonntag, September 03, 2006

Ela - Parte I

Fui-me apercebendo da importância dela ao longo da vida. No início considerava-a o nível superior de um qualquer organigrama de relações pessoais. Porque era de outra geração, porque era bonita, porque tinha muitos amigos, porque... Para além disso, não conseguia ver como me poderia interligar com ela. Alguns anos mais tarde... não imagino a minha vida sem ela. Sem ela? Sem ela... perderia muito mais do que uma cara laroca e um sorriso bonito. Foi ela que abriu o meu paraquedas de emergência, quando o paraquedas principal não se abriu e eu acabara de atravessar a altitude de segurança. Foi ela que me acordou às 7:30, quando o despertador tinha tocado às 6:45 e eu não tinha feito caso, e disse: «Acorda. Não fiques aí. Levanta-te.» Foi ela que face à minha passividade perante uma estrada esburacada, escura e sem sinalização disse: «Eu ligo as luzes, tapo os buracos e pinto a estrada. Mas tens que ser tu a seguir. Tu consegues.» Quando estava à deriva, com as velas partidas, sem remos e com o motor avariado, foi ela que apareceu com um rebocador e levou-me para um porto seguro. Foi ela que me recebeu de braços abertos e disse: «Olá amigo. Deixa-me abraçar-te.»
Ao longe...esteve sempre bem perto de mim. Eu sabia que ela estava ali. Muitas vezes ela não dizia nada. Ouvia-me. Compreendia-me. Amparava-me. Sofria comigo. E eu? Desesperava, chorava, gritava...acalmava. Dias consecutivos assim. E ela... sempre presente.
E foi por ela que decidi começar esta nova etapa da minha vida. Porque ela merece. Porque ela é única. Porque ela influencia-me. Porque ela fez isto tudo em "troca" de mim. E apesar de todas as acções que ela teve terem que ser descritas com o tempo verbal no pretérito, sei bem que as posso conjugar no presente e no futuro. Porque ela está sempre presente. Porque ela é Amiga. Porque ela é ela.