Donnerstag, November 15, 2007

Praha


Praga é uma cidade que não faz, claramente, o meu género. Não poderei falar em desilusão completa mas em meia-desilusão. De facto, o centro histórico e tudo o que o rodeia tem edifícios lindíssimos. Sem dúvida. E em termos de oferta cultural, também não falta nada. No entanto, a cidade padece de vários males (a meu ver, claro está). A cidade é poluída até dizermos "Chega!!". Há sempre um pó no ar. A sua origem é-me totalmente desconhecida, mas que ele está lá...está. Bem que passam camiões a espalhar água pelas ruas (coisa que no início eu não percebia), mas o seu efeito é diminuto. Depois, se exceptuarmos as do centro histórico (porque será?), as ruas são sujas e desajeitadas. Há muito lixo na rua. E quase tudo o que está à volta do lindíssimo e cuidado centro histórico é assim. E isso cheira-me a cinismo, coisa que eu detesto.
Depois existem os turistas. São milhares e milhares e milhares. Todo o dia a toda a hora. São literalmente despejados na cidade (o típico turista aqui, é aquele que vem em excursão naqueles pacotes "chapa 5" da Europa Central) e deixados à guarda de um guia. Por todo o lado...turistas. Não há qualquer hipótese de fugir deles. E depois, porque o centro histórico não é tão grande assim (longe disso!), concentram-se todos no mesmo sítio. Muitos turistas implica também muita oferta. Agora imaginem que vão a passear numa rua e de 30 em 30 metros, encontra-se um Mormon a tentar convencer-vos a mudar de religião. Em Praga acontece isso, só que os Mormon's são: restaurantes, bares, passeios de barco ou gaivota, espectáculos, vendedores de bugigangas, pedintes, retratistas, malabaristas, museus, visitas guiadas, passeios de carros antigos, passeios de cavalo, passeios de bicicleta, etc. Bem. Sem comentários.
Depois há um outro defeito, que é uma mania minha. Eu não gosto de cidades que não têm personalidade própria. E Praga não tem. É uma cidade que só vive do turismo. Em que se encontram diferenças gritantes entre o edifício que é turístico e o edifício que "só" serve para as pessoas fazerem o seu passaporte. Uma cidade em que os espectáculos nos vários teatros, são pensados em função do turista ("Não perca!Ópera em inglês!Só hoje!Amanhã já não há!") em vez de em função de quem vive lá. E poderia continuar, mas não quero maçar. Resumidamente: é uma cidade que quer mostrar aquilo que não é.
Último factor. Os Checos são antipáticos e arrogantes ao máximo. Já tinha tido esperiências aqui na Alemanha (e em Portugal também) em relação a este assunto, mas não generalizo as coisas sem ter uma base concreta. E em Praga encontrei esta base. Há excepções, é claro, mas são mesmo excepções. A regra geral é antipatia e "vai-te lá embora para o teu país, que eu estava aqui muito bem sem ti".
No entanto, não fiquem com a sensação de que Praga não vale uma visita. Vale sim senhor, é uma cidade bonita e certamente irão gostar. Mas não faz o meu género.
Para quem quiser ver mais fotos, pode ir aqui.

PS: Ainda estou para perceber o porquê de tanto alarido em relação à ponte Carlos ou ao relógio da antiga câmara (este que se vê na foto. Não falo da sua beleza, mas sim do facto de as pessoas se acotovelarem para ouvi-lo tocar de hora a hora. "Já acabou? Era só isto?"- pensei eu).

Banda sonora: The Pogues - Dirty Old Town



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A semana passada, em plena aula de Softwaretechnologie, entram dois alunos pelo anfiteatro dentro e começam a distribuir panfletos. Traziam também calendários consigo. Tratava-se de uma acção publicitária de um calendário que todos os anos é elaborado por uma comissão de alunos. Este calendário tem a particularidade de integrar os seguintes elementos: fotografia, meses do ano, alunos, alunas e nudez. Existem duas versões: uma masculina e outra feminina.
Nesta acção publicitária eles também decidiram inovar. Invadirem os auditórios onde decorriam as aulas foi a primeira inovação. A segunda, foi aparecerem em trajes menores. É preciso que se diga que a rapariga tem claramente uma noção de "estética da roupa interior" um pouco superior à do rapaz. Além disso, aproveitavam para falar um pouco sobre o calendário e ofereciam um exemplar a cada professor. Foi interessante e acima de tudo, foi interessante ver a reacção do professor. O meu, simplesmente interrompeu a sua apresentação e disse para nos mantermos sossegados (que a aula ainda não tinha acabado) nos lugares, pois parecia que algo interessante estava para acontecer.
Estes dois alunos fizeram esta campanha em várias salas do campus e todos os professores reagiram com sentido de humor. Há um até que se "regozija com a visão" e convida a menina a deslocar-se até ele.
Para quem quiser ver o calendário, pode ir aqui e depois no lado esquerdo da página, escolher "Der Kalender". Para quem quiser ver mais fotos como esta, pode ir aqui.

Banda sonora: U2 - Party Girl (Live)


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