Sonntag, Dezember 31, 2006

Warszawa II





















Chego às 6:05 a Varsóvia e o sol ainda vem longe. De noite, a cidade parece-me algo que a luz do dia irá mostrar-me que não é. Mais uma vez a regra aplica-se. Cidades que viveram sob a "influência" comunista durante uns tempos, transportam isso para os dias de hoje. A diferença aqui chama-se dinheiro. Enquanto que em Berlim já muito foi gasto (e continua a ser), enquanto que em Dresden já muito foi recuperado, em Varsóvia as coisas são mais lentas.
Edifícios antigos (e sem nada de especial, diga-se de passagem. Basicamente são construções imponentes, com colunas, estátuas e alguns torneados) convivem com edifícios modernos. Tudo isto sem harmonia e rigor. É uma cidade sem identidade. Os transportes públicos são horrorosos (tudo antigo, como podem ver nas fotos do link), as ruas estão quase todas esburacadas, os passeios estão descuidados e a maior parte dos edifícios habitacionais carecem de manutenção. Por toda a cidade constroem edifícios novos, como se tivessem que ganhar uma qualquer corrida "Quem constrói mais em menos tempo".
Claro que a cidade não tem uma história fácil e isso explica quase tudo (a meu ver). Ocupação alemã, guerra, "ocupação" soviética e desocupação. E isso sente-se bem ao falar com as pessoas. E por isso a cidade não tem identidade, pois quase tudo o que está lá foi influenciado pelos ocupantes.
O exemplo máximo disso é esta foto. Construído pelos russos, pretendia demonstrar todo a força e imponência do império. Ainda hoje é dos edifícios mais altos da cidade. É horroroso, está no meio de um enorme quadrado de ruas e zonas verdes, é gigantesco e ninguém gosta dele. Porque faz-lhes lembrar a ocupação russa. Pelos cidadãos de Varsóvia, implodia-se o edifício. E (por incrível que pareça), trata-se do centro de congressos da cidade. Onde existem convenções, espectáculos ou feiras. Isto tudo nos pisos térreos. Os superiores (e que de cultural nada têm), alojam repartições e escritórios. Enfim.
Existe uma parte histórica. Muito bonita, bem conservada e com identidade. Só que.... é mais pequena que a parte histórica de Guimarães. E isso numa cidade com quase 2,7 milhões de habitantes, dá que pensar. E sabe a pouco. Fora isso, apesar de tudo, sente-se um ambiente cosmopolita nas ruas. Sente-se que é uma cidade grande. E as mulheres são muito, muito, muito bonitas. Têm "aquele" toque feminino que não se encontra nas alemãs. E isso faz toda a diferença.
Esta é somente a minha opinião, mas, para mim, uma cidade tem que ter identidade. E eu andei pelos mercados, pelas ruelas, pelos sítios mais recônditos, pelas avenidas, pelas ruas chiques, pelos sítios turísticos e...nada. Só encontrei mulheres com identidade. Por elas, vale a pena ir lá. Só por elas.

Mais fotos aqui. E fiz um tremendo esforço para tirar estas.


Banda sonora: Deepest Blue - Say Goodbye (aqui)

1 Kommentar:

AP hat gesagt…

Fabulosa descrição. Até parece que já lá estive!